Incidente expõe brasileiros a ameaças de golpes e de outros usos indevidos com suas informações, mas pequenas atitudes podem minimizar os riscos
No final de janeiro, os brasileiros foram surpreendidos pela notícia de dois vazamentos de dados, que teriam expostos 223 milhões de dados pessoais, inclusive de cidadãos já falecidos.
O primeiro vazamento teria divulgado apenas o CPF, data de nascimento e gênero, em uma base de dados de fácil acesso, disponível em um fórum de discussão. Já o segundo, considerado mais grave, utiliza as mesmas informações, mas também oferece dados adicionais – como telefone e situação na Receita Federal – para quem estiver disposto a pagar por eles, em valores entre US$ 0,075 a US$ 1, a serem pagos por bitcoin.
Diante dos vazamentos, fica a principal pergunta: O que fazer?
Em primeiro lugar, caso você tenha curiosidade para saber se seus dados também fazem parte dos 220 milhões vazados, também está no ar o site “Fui Vazado” (https://fuivazado.com.br/), em que é possível consultar se algumas de suas informações estão públicas. A partir do cpf e da data de nascimento que o usuário informa ao site, ele recebe de volta as categorias, relacionadas à sua identidade, que teriam sido expostas – mas não consegue ler os dados em si pelo site.
Com os dados expostos, também podem ocorrer diversos crimes contra a sua privacidade. Enquanto ainda não há dimensões reais do alcance do vazamento, tampouco da sua origem, poucas ações concretas podem ser feitas – mas a prevenção já é uma atitude que está ao nosso alcance.
É possível fazer monitoramentos para identificar alguns dos principais golpes que podem ser aplicados a partir dos dados expostos: acompanhe com frequência os extratos da sua conta bancária e cartão de crédito, e sempre desconfie caso fique sabendo de consultas atípicas ao seu CPF.
Lições do vazamento de dados
A partir do vazamento dos 223 milhões de CPFs, é importante refletir como estão os cuidados com a privacidade em rede. Ações simples já ajudam a manter a segurança de e-mails e senhas pessoais. Ative a autenticação em dois fatores nas suas redes sociais, questione qualquer transação que você não reconheça e desconfie de qualquer situação.