Processos seletivos estão tirando o foco de cursos superiores e títulos de cargos, passando a olhar mais para as qualificações e capacidade do candidato. Sabia que algumas habilidades já estão valendo mais do que um diploma para algumas profissões?
No momento atual, as novas tecnologias impulsionaram uma evolução nas necessidades empresariais, diminuindo a probabilidade de que uma pessoa possa ser bem-sucedida no mercado de trabalho de hoje com o conjunto de habilidades prestigiadas 10 ou 15 anos atrás. Diversas habilidades já estão valendo mais do que um diploma para algumas profissões!
E com o mundo do trabalho mudando rapidamente, será que o diploma universitário ainda tem valor?
Um estudo da Harvard Business School mostrou que, diante das novas competências técnicas e comportamentais sendo exigidas no mercado, para 80% de dirigentes empresariais, metade dos candidatos bem qualificados ficam de fora de processos seletivos por filtros antigos, como lacunas no currículo ou falta de referências.
Porém, dados recentes do LinkedIn mostram a rapidez com a qual as coisas estão mudando. Segundo a rede social profissional, o conjunto de habilidades demandadas para vagas mudou 25% desde 2015. E a previsão é de que esse percentual dobre até 2027.
Também foi apontado um aumento de 20% no número de recrutadores que buscam informações sobre habilidades na plataforma para preencher vagas.
Além disso, em profissões novas e de alta demanda, como a tecnologia, o caminho para aprender novas competências nem sempre passa por instituições formais. Isso significa que as empresas que persistirem na fórmula do diploma vão perder talentos, dinheiro e inovação, o que pressiona por uma mudança nos parâmetros de seleção para encontrar talentos.
Muito além do diploma
Alguns anos atrás, candidatos sem formação universitária, em diversas áreas de atuação, enfrentavam dificuldades para encontrar emprego. Mas, recentemente, a exigência de um diploma universitário tem sido revista.
Empresas que perceberam estar perdendo bons candidatos por focarem mais na formação do que nas experiências e habilidades, passaram a mudar sua visão na hora das contratações.
Nos Estados Unidos, uma nova campanha tem a intenção de promover uma mudança cultural, mostrando aos empregadores que não ter um diploma não significa que o candidato não é qualificado, que esses indivíduos podem ser treinados de outras maneiras e que, comercialmente falando, faz sentido contratá-los.
E essa iniciativa está ganhando força: 15 empresas no país já assinaram um compromisso de facilitar a contratação de candidatos sem formação universitária, mas que foram capacitadas em cursos, treinamentos, programas ou serviço militar.
Além disso, novas ferramentas para ajudar nos recrutamentos já estão sendo desenvolvidas para que seja possível procurar por candidatos com base em habilidades.
Essas ferramentas também irão listar explicitamente as competências nos anúncios de emprego, assim como para permitir que as pessoas que procuram um trabalho possam compare claramente o quanto suas próprias qualificações atendem às exigências de um cargo.
Habilidades acima do currículo
Um relatório recente publicado pela Opportunity at Work, uma organização que ajuda as pessoas sem curso superior a encontrarem empregos, mostrou que mais de 70 milhões de trabalhadores americanos desenvolveram competências sem obter qualquer diploma universitário.
Um enfoque baseado em habilidades pode ajudar as empresas a avaliar melhor o potencial dos candidatos, já que o potencial do profissional acaba se sobressaindo e “fala mais alto do que qualquer outra coisa”.
Ao priorizar as habilidades em relação a, por exemplo, um currículo repleto de empresas de destaque e uma formação superior, é possível ajudar a aliviar as dificuldades de um mercado de trabalho disputado, principalmente em áreas como a tecnologia.
Assim, esse tipo de enfoque nas contratações – que prioriza as habilidades e competências – tiraria o destaque de detalhes como formação superior, anos de experiência e títulos de cargos anteriores e se concentraria, ao invés disso, na capacidade do candidato de mostrar que suas habilidades combinam com as exigências da função para qual está se candidatando.
E o relaxamento de exigências como um diploma de ensino superior é especialmente importante para os muitos profissionais que não frequentaram instituições de educação tradicionais, para que isso não seja um impeditivo de acesso às oportunidades de trabalho.
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